As motivações que levaram à criação deste projeto são muitas.

Como jornalista, tive o privilégio de trabalhar por anos na Comunicação da Prefeitura de Pomerode, especialmente durante a transformação da massa falida Weege no Centro Cultural de Pomerode.

Nos bastidores, testemunhei momentos diversos nesse contexto, como a inauguração da Cervejaria Schornstein junto à antiga chaminé da fábrica (e mais tarde, também sua extensão ao prédio do Supermercado Weege), a implantação do Museu Pomerano e até a realização da 4ª edição da Osterfest — a primeira que tomou o espaço do Centro Cultural e que, pouco a pouco, depois, se tornou o principal evento do local e hoje é consolidada como a maior festa de Páscoa do Brasil.

Entre tantas memórias, lembro-me vividamente da noite de inauguração do Teatro Municipal de Pomerode. Recordo-me do discurso do falecido governador Luís Henrique da Silveira, que revelou fatos sobre a Firma Weege que eu desconhecia. Aquilo me fez refletir: quantos outros pomerodenses também não teriam se surpreendido com aquelas palavras?

Anos passaram, mas a questão continuou a me inquietar. Trabalhando na Fundação Cultural de Pomerode, dentro do Centro Cultural, convivia diariamente com as paredes que um dia abrigaram a indústria Weege. Sempre me perguntava se as pessoas que circulavam por ali sentiam a mesma curiosidade que eu sobre o passado daquele lugar.

Paralelamente, por caminhos que nem eu mesma saberia explicar, tornei-me amiga da querida Heike Weege, bisneta do fundador Hermann Weege. Em nossas conversas, ela compartilhava histórias familiares cheias de humor e afeto, como a do “tio que não acreditava que a telefonia iria dar certo” ou a vez em que “os Weege sentaram todos na mesma fileira e causaram um rebuliço na igreja”.

Sempre terminávamos essas histórias com a mesma conclusão: “alguém precisa fazer um livro disso!”. E quando sua mãe, Monika Weege, faleceu em 2022, entendi que era hora de apressar esse plano em realidade.

Por fim, o Chamamento Público n.º 004 / 2024 – Lei Paulo Gustavo, do Município de Pomerode, viabilizou este projeto. Poderia ter tomado outras formas, mas fiz o que estava ao meu alcance naquele momento. Este é apenas o primeiro passo, e quem sabe quantos outros virão?

Agradeço ao Ministério da Cultura e à equipe da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Desenvolvimento Econômico pelo apoio essencial.

Meu reconhecimento também aos amigos e familiares que me acompanharam nessa jornada: Luís Gonzaga Faria, Nathália Baldon, Carlos Torino Grillo, Bruna de Moraes, Rodrigo Cattoni, Vinicius Farias, Umáyra Kozma, Luana Seidel e Giovanni Ramos.

Dedico um agradecimento especial à historiadora e museóloga Roseli Zimmer, profissional admirável que tanto me inspira, pela motivação. E, claro, à família Weege, por permitir que eu contasse um pouco de suas particularidades, ao meu jeito.

Entre tantas palavras possíveis, o título deste livro nunca esteve em discussão. Pomerode é, e sempre será, “O Lugar dos Weege”. A cidade moldou-se como território, desenvolveu-se e avançou em diferentes aspectos ao redor desse grande complexo empresarial, político e cultural.

O lugar dos Weege é muito importante na história da nossa cidade. Está entrelaçado à própria identidade de Pomerode e seu legado jamais será esquecido.

Denisse Lopes

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